sexta-feira, 22 de abril de 2011

Filosofia Antiga e Medieval

 O termo “filósofo” significa “amigo do saber” ou “amante do saber”, aquele que busca a sabedoria, o conhecimento do mundo, da natureza ou da condição humana. A filosofia mudou de tempos em tempos, devido ao contexto histórico dos filósofos.
A filosofia é a tentativa de proporcionar um sentido pessoal ou social para a vida, que possa opor-se a certas idéias previamente estabelecidas. Portanto a filosofia não é uniforme, mas cheia de tendências distintas.
Apesar do homem já se debruçar sobre tais questões desde o tempo das cavernas, foram os gregos que criaram o método daquilo que chamamos de filosofia, quando estabeleceram um conjunto de respostas para suas questões pessoais e sociais, apesar desta filosofia ser bastante mitológica.
O auge da filosofia antiga está no período socrático (século IV a.C.), com Sócrates, Platão e Aristóteles. Mas é na mitologia e poesia mesopotâmica que podemos encontrar os primeiros traços filosóficos, já anteriores a 2000 a.C. Claro que para estes povos, assim como para os egípcios e persas, a filosofia era extremamente atrelada à religião e sem uma regra própria ou status próprio. Os hebreus, que assim como outros povos da antiguidade tiveram sua origem no crescente fértil, também possuem em seus textos sagrados, principalmente na Torá (atual Antigo Testamento das Bíblias cristãs) além de outras obras, muitas discussões filosóficas, principalmente sobre a origem do mundo, do mal, sobre a recompensa dos atos, etc.
Já os gregos tiveram sua mitologia transcrita em muitas obras, mas principalmente nas obras de Homero, na qual se estabeleciam temas morais e religiosos, sem porém pretender-se tornar um texto sagrado-dogmático. Isto facilitou a reinterpretação e a discussão sobre tais conceitos por parte da emergente filosofia, sem que esta sofresse sérias restrições por parte de religiosos.
Dos pensadores pré-socráticos não temos muitos documentos que sobreviveram ao tempo. Apenas citações em obras de socráticos ou minúsculos fragmentos. Estes se preocupavam com a organização dos astros e do mundo, se perguntavam sobre a composição das coisas, sobre como o mundo se transformava, e já nesta fase buscavam hipóteses em respostas nem sempre teológicas.

Filosofia pré-socrática
Vários foram os pré-socráticos, os estudiosos os separamos em escolas:
Escola Jônica:
Tales de Mileto: Para este solteirão a água era o elemento principal de todas as coisas, e assim sua origem. Ele também, entre outras concepções, percebia em “Deus”a inteligência que regia todo o universo, para ele Deus é o “começo e o fim”.
Anaxímandro de Mileto: Escreveu três livros sobre a natureza. Criou a idéias de um elemento indeterminado, que daria forma a tudo. Ele também produziu uma certa idéias de evolução entre as espécies.
Anaxímenes de Mileto: Para ele o ar era o elemento principal. Tudo vinha do ar e no ar tudo se resolvia.

Escola Jônica Nova:
Heráclito de Éfeso: para ele o fogo era o elemento de principal constituição de toda a natureza. Para ele “tudo flui e nada permanece”. Também afirmava que os homens e os deuses têm a mesma natureza, pois seriam sujeitos às mesmas regras cósmicas, que chamava de Lógus.
Empédocles de Agrigento: Elegeu a água, o ar, o fogo e a terra como as “raízes” da natureza, às quais eram disputadas por duas forças opostas, o amor e o ódio. Tentou também atribuir lógica à idéia evolucionista ao aplicar certo pensamento de seleção do mais apto.
Anaxágoras de Clazomena: Para ele todos os corpos são compostos por partículas homogêneas que são ordenadas por uma partícula inteligente: o “nous”. Os astros são rochas incandescentes e não deuses.

Escola Pitagórica:
Eram influenciados pelas religiões orientais.
Pitágoras: junto de seus seguidores, principalmente de Filolaos, estabeleceram idéias sobre o movimento da Terra sobre o próprio eixo, sobre os números, sobre a vivência diária em comunidade, dentre outras coisas. Matemática, astronomia e as ciências de forma geral faziam parte da filosofia pitagórica. Para eles o mestre tinha um papel preponderante, como se fosse alguém “inspirado”. A matéria é má e o espírito é bom. O espírito se aperfeiçoa no contato com a matéria, que geraria sofrimento, castigo. Trazem certa idéia de reencarnação.

Escola Eleática:
Xenófones: Para ele a natureza é ordenada pelo “Ser”, que para ele é Uno, Eterno, Imutável, Infinito, é Deus. Este Ser, porém não se parecia com os homens, ao contrário das idéias mitológicas, ele era na verdade “tudo”.
Parmênides de Eléia: para ele o ser é objeto da inteligência, tal qual o sentir é objeto do sentido. O “ser” se opõe ao “nada”.  Tudo teria origem no quente e no frio, que seriam fogo e terra.
Zenão de Eléia: Era um sofista, para ele o “ser” era imutável. Assim como Parmênides, ele defendia o ser como objeto específico da inteligência.

Escola Atomista:
Leocipo é o fundador, criou um profundo sistema de idéias.
Demócrito: sua obra principal foi “Mega diacósmus”. Não são forças opostas que geram as coisas. Apenas existem os átomos, partículas imutáveis e indivisíveis, que movem-se no vazio formando todas as coisas. Existe apenas átomos e vazio. Este, porém, não é um materialismo propriamente mecanicista, pois não parte de uma explicação científica, e sim de uma especulação filosófica.

Escola Sofista:
Eram chamados de “Filósofos céticos” e Sócrates os criticava por receberem salários. Deram proeminência a temas como:
- Conhecimento;
- Lógica;
- Linguagem;
- Moral;
- Política;
Tiraram, assim o foco das especulações acerca da natureza.
Protágoras: é um dos protagonistas da lógica. Para ele não existiam leis naturais para a vida e para a sociedade. São conveniências e poderes dos mais fortes que prevalecem.
Gorgias: Era relativista e sensista. Acreditava na mutabilidade de tudo. Para ele “o ser não existe”.
Antifon de Atenas: Para ele as leis humanas podem ser transgredidas, mas as leis naturais não.
Pródicos de Ceos: Falava de “virtude”, como pré-requisito para os bens da vida. Desmistificava os deuses.

Período Socrático:
Sócrates: Era um homem simples de Atenas, foi soldado e político. Por fim foi condenado à morte por suas posturas contra idéias tradicionais. Nada escreveu, tudo que sabemos foi-nos passado por Xenofonte, Platão e Aristóteles. Para ele:
- a inteligência era específica e não sensorial;
- a alma era substancial, espiritual, preexistente e eterna;
- Deus existia, mas não era como os homens, divergindo da mitologia;
- O foco estava nas questões morais e não na natureza. Antes de mais nada o homem precisava conhecer-se;
- Haviam idéias inatas que poderiam ser redescobertas através da maiêutica, método para ensinar através de perguntas;
- Ética é a arte de agir para o bem.
Platão (discípulo de Sócrates):
Ele era Intelectualista, racionalista radical, politicamente absolutista. Acreditava na dualidade alma-espírito e nas idéias inatas, que teriam origem em vidas passadas. Defendia o universalismo arquétipo e via a ciência como a redescoberta das idéias inatas por meio dos sentidos. Acreditava também na existência de um Deus infinito.
Desenvolvei também uma trilogia a acerca da realidade. Acreditava que existia o campo das Idéias Arquétipas, o Demiurgo (Deus, o artista) e a matéria eterna. O artista divino projeta as coisas no campo das idéias arquétipas e as materializa na matéria eterna. Deus é quem põe para funcionar o motor do universo, gerando as primeiras ações que geraram todas as outras em cadeia.
Politicamente Platão aceitava a desigualdade conforme a capacidade a não conforme o nascimento.
Aristóteles (discípulo de Sócrates):
É o responsável pela formalização do pensamento lógico. Dividiu as operações mentais em três: Idéia, Juízo e Raciocínio. Desenvolveu também a teoria da potência: “das coisas não existentes, algumas existem em potência, por não existirem em atos.”
Politicamente tolerava a escravidão, argumentando que alguns indivíduos seriam destinados naturalmente para isto, devido a sua incapacidade para atividades intelectuais.

Filosofia Helênico Romana:
Trata-se do período pós-socrático da filosofia da Idade Antiga. Foram muitas as mudanças que ocorreram com o crescimento do Império Romano. Este dominou praticamente todo o mundo da época, gerando um caldeirão de culturas e idéias. A cultura grega, porém, teve espaço especial no mundo romano que surgia.
Desde o final de período da filosofia socrática (IV a.C.) até cerca de II d.C. desenvolveram-se de forma mais ou menos linear algumas escolas bastante inspiradas nas escolas pré-socráticas e socráticas. Epicurismo e estoicismo, ao lado do crescimento do cristianismo parecem as grandes novidades deste período. Haviam também os Cínicos, que seriam os anarquistas da antiguidade, pois eram contra qualquer forma de distinção pó sexo, raça, classe e ainda desacreditavam das instituições.
Os epicureus eram chamados de “filósofos do jardim”, pois reuniam-se em um jardim que no portal de entrada tinha a seguinte inscrição: “forasteiro, aqui te sentirás bem, aqui o bem supremo é o prazer.” Esse era o foco do ensinamento dos epicureus: é possível afastar o sofrimento e o medo: aproveitar a vida, vivendo sem sofrer. Epícuro Também ensinava a “viver em reclusão”, ou seja, em meio a correria da sociedade dizia que as pessoas deveriam afastar-se de tudo e aproveitar a vida.
Outro enfoque de seus ensinamentos era a idéia de não preocupar-se com os deuses, ou com os possíveis castigos dos mesmo, pois para ele a vida terminava por aqui mesmo, não estendendo-se ao pós-morte. Isso, ele justificava pela teoria do átomo, desenvolvida por Demócrito, pela qual o menor elemento fundamental de todas as coisas é o átomo, que constituiria tudo. Segundo Epícuro, quando morremos o que ocorre na verdade é o desmonte de nossos átomos que espalham-se para dar origem a outras coisas. Inclusive, para ele, os átomos da alma também se espalham.
Já os estóicos, acreditavam que cada pessoas era um mundo em miniatura, um mini-cosmos. Todos fazem parte de um todo harmônico (Kosmos), que se completa. Para eles o universo é um deus, que se ordena sozinho, e o homem, também divino, faz parte desse todo.
Não há espírito, alma, matéria, tudo é uma coisa só, na concepção estóica. Para eles é preciso viver liberto do luxo, em harmonia com o universo, para poder se suportar em paz os sofrimentos, que seriam inevitáveis à vivência. Os estóicos buscavam da relação com o outro e com o todo, através de suas ações e sua ética, alcançar uma vida boa.
Estas duas linha filosóficas já eram bastante conhecidas em todo território de domínio romano quando do surgimento do cristianismo. Talvez um dos primeiros encontros entre filósofos destas duas linhas e pregadores cristãos seja o que está relatado no Livro de Atos, na Bíblia, quando o apóstolo Paulo vai a Atenas e começa a ensinar em uma praça, sendo contrariado dos defensores destas duas linhas que ali debatiam entre si há tempos.

Filosofia Cristã – Patricismo e Escolástica:
O cristianismo surge com o cumprimento do ministério de Jesus Cristo. A partir de sua afirmada ressurreição seus discípulos espalham-se por todo o mundo de sua época, inicialmente entre os judeus que já viviam espalhados por vasto território e posteriormente ensinando entre os outros povos, os “gentios”. O cristianismo propõe ser a continuação da religião dos Judeus, no momento em que seu Deus cumpre sua promessa de enviar o Salvador e assim reconcilia a humanidade consigo. Assim os cristãos, com a esperança da vida eterna, são convocados a espalhar esta boa notícia (evangelho).
O cristianismo por seu apelo popular – diante de Deus todos seriam iguais, sem distinção de raça, classe, sexo - cresceu rapidamente e trouxe medo ao imperador, principalmente por não aceitarem participar do culto à sua imagem e a dizer para Deus “Venho o vosso reino”, afirmando que Cristo voltará para reinar sobre a Terra. Este grupo que não era patriota e ainda falava de um rei que viria tornou-se vítima da perseguição romana que iniciou-se em 64 com Nero e persistiu até 313, quando Constantino finalmente permite e legaliza esta religião que a esta altura já era uma das maiores de seu império.

Filosofia Patrística:
São vários os escritores da filosofia Patrística – referência aos padres, destacando-se Agostinho de Hipona.
Em 150 Justino (Mártir) escreve sua obra “Apologia” que foi endereçada ao imperador Antonino Pio (a palavra grega apologia refere-se à lógica na qual as crenças de uma pessoa são baseadas). Enquanto Justino explicava e defendia sua fé, ele discutia com as autoridades romanas por que considerava errado perseguir os cristãos. De acordo com seu pensamento, as autoridades deveriam unir forças com os cristãos na exposição da falsidade dos sistemas pagãos”. Ele foi decapitado em Roma em 165. Pouco antes de morrer afirmou: “Vocês podem nos matar, mas não podem nos causar dano verdadeiro.”
O jovem Orígenes, nascido em uma família cristã e com profundos estudos clássicos era um dos homens mais sábios do século III. Foi posteriormente chamado de Orígenes, o Castro, por ter castrado-se aos 18 anos na busca por fugir das tentações. Aos 18 anos de idade já ensinava nas escolas cristãs da época;
Mas afastou-se das idéias cristãs tradicionais ao aprofundar-se no uso das idéias da filosofia Grega, á qual recorria com usualidade.
Origenes adotou muitas idéias platônicas, inclusive a pressuposição grega de que a matéria e o mundo material são intrinsecamente maus. Acreditava na existência da alma antes do nascimento e ensinava que a posição de alguém no mundo era conseqüência de sua conduta num estado preexistente. Negava a ressurreição física e advogava que, no final de tudo, Deus salvaria todos os homens e todos os anjos.
Foi excomungado pelo Bispo de Alexandria, que chamou um concílio a fim de discutir as idéias que ele vinha pregando.
Agostinho nasceu em 354. Na juventude já era um intelectual.
Passou pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo, em busca pela verdade. Inicialmente considerava a fé cristã uma coisa para pessoas simples. Em 387 converteu-se ao cristianismo. Para ele os Sacramentos eram sinais visíveis de uma graça invisível, assim, Deus não olharia para o sacerdote ao operar através dele. Opôs-se a Pelágio, que afirmava a necessidade de obras para a Salvação, á qual seria conquistada através da graça, o favor não merecido que Deus concedia aos homens. Escreveu centenas de livros, cartas, comentários;
Influenciou tanto o catolicismo quanto o posterior protestantismo com sua defesa da supremacia da graça ante as obras. É acusado de ser fatalista, por crer, em oposição à Pelágio, que Deus tudo tem predestinado e que é Ele que nos leva a tudo. Esta última idéia teria inspirado teologias bem rígidas de predestinação, como a calvinista.

Filosofia Escolástica:
A filosofia escolástica desenrolou-se no decorrer de vário séculos até o fim do período medieval e passou por várias fases. Numa fase inicial hoveram três nomes que se destacaram: Pedro Abelardo, Pedro Lombardo e Tomás de Aquino. Sendo Aquino o mais importante destes.
Durante sua vida Aquino dedicou-se muito ao estudo e a escrever, totalizando entre 89 e 98 obras completas. Sua obra mais importante é “Summa Theologica”, que trata-se de um tratado sistemático da doutrina cristã em termos filosóficos. Quanto aos legados de Aquino, cito Norman L. Geisler (in: Elwell)[1]:
“As opinões de Aquino abrangem a maioria das categorias filosóficas e teológicas.
A fé e a Razão: Como Agostinho, Aquino acreditava que a fé era baseada na revelação de Deus nas Escrituras. O apoio para a fé acha-se nos milagres e nos argumentos prováveis. Embora a existência de Deus possa ser comprovada pela razão, o pecado obscurece a capacidade de 0 homem saber, de modo que a fe (e nao as provas) de que Deus existe e necessária para a maioria das pessoas. A razão, porem, nunca e a base da fé em Deus. Exigir razões para a fé em Deus realmente diminui o mérito da nossa fé. (...) porem, não devem deixar de raciocinar a respeito da sua fé e a favor dela. Ha cinco maneiras de demonstrar a existência de Deus pela razão.(...) Ha, no entanto, mistérios (a Trindade, a encarnação) que não podem ser conhecidos pela razão humana, mas somente pela fé.
Epistemologia. Aquino sustentava que todo o conhecimento começa na experiência. Temos, porem, uma capacidade para o conhecimento que é inata e apriorística. (...)
Metafísica. Assim como Aristóteles, Aquino acreditava que a função do sábio era conhecer a ordem. A ordem que a razão produz nos seus próprios atos e a lógica. Aquela que ela produz mediante os atos da vontade e a ética. A ordem que a razão produz nas coisas externas e a arte. Mas a ordem que a razão contempla (mas não produz) é a natureza. Mas a natureza estudada no âmbito do ser e a metafísica.
O centro da metafísica de Aquino é a distinção real entre a essência e a existência em todos os seres finitos. Aristóteles tinha distinguido entre a realidade e a potencialidade, mas aplicava essa distinção somente a forma e a matéria, e não a ordem da existência. Aquino argumentou que somente Deus é ser puro, realidade pura, sem nenhuma potencialidade.
Deus. Somente Deus é existência (a qualidade de "Eu sou"). Todo 0 mais têm existência. A essência de Deus é idêntica a Sua existência, existir é da essência dEle.
Deus e um ser necessário. Ele não pode não existir. Nem é possível que Deus Se altere, visto que Ele não tem potencialidade para ser outra coisa senão aquilo que é. Semelhantemente, Deus é eterno, visto que o tempo subentende uma mudança de antes para depois. Mas sendo o EU-SOU, Deus não tem "antes" ou "depois". Deus também é simples (indivislvel), visto que não tem potencial para a divisão.”
Vejamos um pequena mostra da apologética filosófico-cristã de Aquino. Trago abaixo um resumo dos 5 argumentos racionais que ele usou para provar a existência de Deus:
1)                      Sobre o Movimento: O movimento não ocorre por si só, é necessário que algo o motive. Se formos olhar toda a cadeia de acontecimentos, deve ter havido um movimento inicial, pois a cadeia deve ter um início. As coisas inanimadas não podem em si mesmas ter início algum, Assim: A grande causa motriz, imóvel, é Deus.
2)                      Sobre a Causalidade: Alguns acontecimentos são caudados por outros anteriores. Estes anteriores, por sua vez, por outros ainda mais anteriores. E assim até o início da Cadeia. Esta cadeia deve ter um início, não pode ser infinita. Assim: a primeira causa, não causada, é Deus.
3)                      Sobre a Possibilidade: Algumas coisas são transitórias, pois possuem sua existência derivada de outras. Sua existência é possível, mas não necessária. Também numa cadeia, tudo deriva de algo, e isto não pode ser infinito em derivação. Assim: O ser imprescindível, auto-existente é o que chamamos de Deus.
4)                      Sobre a Perfeição: Podemos julgar algo como sendo mais ou menos perfeito. Não podemos achar aos nossos olhos algo completamente perfeito, mas algo nos que há um padrão de perfeição. Assim: O padrão absoluto é Deus.
5)                      Sobre o Projeto: Elementos inanimados cooperam entre si para um fim bem ajustado. Isso não pode ocorrer por acaso, mas exige um projetista inteligente: esse projetista é Deus.
Posterior a Aquino houveram muitos outros filósofos cristãos, principalmente na linha do nominalismo, onde podemos citar William Ockam, seu principal mentor, além de João Buridano, Guilherme de Heytesbury, Gregorio de Rimini, João de Mirecourt, Nicolau de Autrecourt, Nicolau de Oresme, Alberto de Saxonia, Gabriel Biel.

Por

Dionísio Felipe Hatzenberger
Professor de História, Filosofia e Ensino Religioso



[1] ELWELL, Walter A. (org). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo: SREVN, 1993. (I, II e III Volume)


4 comentários:

  1. bom dia.
    queria saber qual a diferença entre a filosofia antiga medieval e moderna

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    Respostas
    1. A diferença era em Conciliar a fé e razão...
      seja para os hebreus, seja para os gregos ou para os cristãos....
      A Filosofia Antiga se distanciou dos mitos que estavam ligados a religião...
      A Grécia não tinha um livro sagrado, pra dizer que tinham uma verdade imutável...
      os gregos não queriam uma concepção religiosa..
      por isso que eles se distanciaram da religião...
      A filosofia grega quando nasceu foi à separação do discurso filosófico e religioso...
      Já a Filosofia Medieval está misturada no cerno da teologia..
      a Filosofia Antiga não ver Aristóteles querendo provar a existência de Deus...
      O grego quis a filosofia como meio alternativo para encontrar a verdade das coisas...
      Já na Filosofia Medieval, a resposta é encontrada nas coisas divinas...

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  2. boa noite, como eram as ciências no período antigo,medieval e moderno ?

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